terça-feira, 10 de novembro de 2009

JÁ NÃO QUERO PERGUNTAS

Depois disto
não quero mais pensar,
quero estar latente como um tronco ao leu
para sofrer metamorfoses
quero estar em reticencias
como uma vida que perdeu o leme
quero ler no livro fecticio do tempo
a vida que seguiu outros atalhos
não quero nunca abrigar levitas nem as múmias dos dias
para que nunca venha a saudade passear em meus vazios
Ja não quero ser a biblioteca dos mortos
das vidas que não senti
dos poemas que não escrevi
por isso
quero estar obsoleto como uma partícula suspensa no vácuo
Depois disto não venha a saudade contar-me das tuas fibras
não venha o tempo arrastar-me pelos dias que ti vi
Quero extirpar a minha alma
ao altar do tempo
Termino o meu poema e selo-o a codigo de Deus e calo.
(- Ja não quero perguntas)

Italia, 10.11.09

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