Depois disto
não quero mais pensar,
quero estar latente como um tronco ao leu
para sofrer metamorfoses
quero estar em reticencias
como uma vida que perdeu o leme
quero ler no livro fecticio do tempo
a vida que seguiu outros atalhos
não quero nunca abrigar levitas nem as múmias dos dias
para que nunca venha a saudade passear em meus vazios
Ja não quero ser a biblioteca dos mortos
das vidas que não senti
dos poemas que não escrevi
por isso
quero estar obsoleto como uma partícula suspensa no vácuo
Depois disto não venha a saudade contar-me das tuas fibras
não venha o tempo arrastar-me pelos dias que ti vi
Quero extirpar a minha alma
ao altar do tempo
Termino o meu poema e selo-o a codigo de Deus e calo.
(- Ja não quero perguntas)
Italia, 10.11.09
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